Críticas ao Debate sobre Aborto no Senado
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) fez duras críticas nesta terça-feira (18) ao debate promovido no plenário do Senado sobre aborto e desafiou a contadora de histórias que interpretou um feto a dramatizar também uma mulher sendo estuprada. Thronicke afirmou ser contra o aborto e defendeu que existe vida desde a concepção, destacando que o Estado é laico e que o aborto é legal em três situações específicas.
Durante a sessão em que a contadora Nyedja Gennari encenou um feto gritando, as críticas ao projeto de lei e à organização da sessão foram reforçadas por outros senadores, como Fabiano Contarato (PT-ES), Teresa Leitão (PT-PE) e Leila Barros (PDT-DF). Leitão destacou a dificuldade que meninas têm em identificar uma gravidez precoce devido à falta de conhecimento sobre seu ciclo menstrual.
O projeto de lei em discussão, que altera o Código Penal e equipara as penas para abortos realizados após 22 semanas de gestação às penas de homicídio simples, foi alvo de debates acalorados. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou a comparação feita como “irracionalidade” e destacou que o projeto, da forma como está proposto, não parece viável.
A audiência contou com a presença da presidente da Febrasgo, Maria Celeste Wender, mas especialistas contrários ao texto foram ignorados. A bancada feminina do Senado pretende se reunir em breve para definir uma posição conjunta sobre o PL da Câmara.
A controvérsia em torno do debate sobre aborto no Senado continua a levantar questões fundamentais sobre direitos e liberdades individuais, com diferentes pontos de vista representados no ambiente político brasileiro.
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