Morte de dois policiais expõe sociedade doente e condescendência com o crime: reflexões sobre a atuação da Defensoria Pública.







Tragédia no Complexo da Maré: Pais de Família Mortos na Mesma Batalha

Complexo da Maré – Foto: Reprodução/Google Maps

A semana começou com a triste notícia da morte do sargento Rafael Wolfgramm Dias, integrante do Bope, que foi gravemente ferido na mesma batalha que vitimou o sargento Jorge Henrique Galdino Cruz, de 32 anos. A sociedade presenciou dois policiais perderem a vida no mesmo confronto, evidenciando uma realidade doentia que tolera e, de certa forma, apoia o crime. Esta é a mesma sociedade que parece aceitar a lógica de “roubar para tomar uma cervejinha”, como já mencionou o atual presidente em declarações passadas.

Desde o falecimento do sargento Galdino, tenho observado os posicionamentos controversos por parte de alguns setores da esquerda. Surpreendentemente, uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) foi apresentada com o logotipo da Defensoria Pública do Rio de Janeiro ao lado do símbolo do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Nesse documento, mais uma vez, vemos a crítica à ação da Polícia e a defesa de uma postura que parece blindar os criminosos. Vale ressaltar que um dos advogados do PSB tem histórico de apoio a causas de esquerda, como a legalização do aborto.

Para garantir imparcialidade, cito aqui uma personalidade ligada à esquerda: Raymundo Faoro, jurista, advogado e historiador, conhecido pela obra “Os Donos do Poder”. Faoro, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), aborda o conceito de “patrimonialismo” para explicar a formação e evolução do Estado brasileiro. Segundo ele, o patrimonialismo caracteriza-se pela confusão entre interesses públicos e privados, onde os agentes estatais tratam os recursos como se fossem de natureza pessoal.

Diante do recente envolvimento da Defensoria Pública em questões de segurança e suas posições em consonância com partidos políticos, surge a necessidade de questionar os critérios utilizados para tal aproximação. Como fica a dor das famílias dos policiais que perderam suas vidas no cumprimento do dever? Como a instituição pública justifica sua postura alinhada com correntes ideológicas que defendem a complacência com a criminalidade?

Pensando nisso, decidi convocar a Defensora Pública-Geral do Estado do Rio de Janeiro para prestar esclarecimentos. Como presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), tenho o dever de zelar pela transparência e coerência das instituições públicas. É crucial que haja debate e reflexão sobre a legitimidade das ações em questão, especialmente em um contexto de intensa polarização política.

A memória dos policiais mortos no Complexo da Maré merece mais do que discursos controversos e atitudes questionáveis. A população que habita as favelas, constantemente ameaçada pelo crime organizado, anseia por defensores efetivos e comprometidos com a verdade, não com agendas partidárias que possam comprometer a segurança e o bem-estar da sociedade.


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