Os ministros irão analisar se Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Chiquinho Brazão, deputado federal sem partido pelo Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Estado, e Ronald Paulo de Alves Pereira, conhecido como Major Ronald, devem se tornar réus pelos crimes de homicídio e organização criminosa. Todos estão presos desde março, em decorrência das investigações relacionadas ao brutal assassinato.
Além destes acusados, há ainda outro indivíduo na mira da Justiça. Robson Calixto Fonseca, também conhecido como Peixe, foi denunciado por organização criminosa, sendo apontado como responsável por fornecer a arma usada no crime. Segundo a acusação, o assassinato teria sido encomendado pelos irmãos Brazão, com o envolvimento de Rivaldo Barbosa, em um contexto de proteção de interesses econômicos de milícias e inibição de atos de oposição política contra Marielle. A base da acusação se sustenta na delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, que confessou sua participação na execução dos homicídios.
O rito do julgamento seguirá com o presidente do colegiado e relator da denúncia, ministro Alexandre de Moraes, fazendo a leitura do relatório do caso. Posteriormente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) fará sua defesa pelo recebimento da denúncia, seguida pelos advogados dos acusados. Os ministros, incluindo Cristiano Zanin, Cármen Lucia, Luiz Fux e Flávio Dino, votarão para decidir se os réus irão a julgamento pelo homicídio de Marielle.
As defesas dos acusados argumentam pela rejeição da denúncia, apontando falta de provas e alegando que o caso não pode ser julgado pela presença de um parlamentar nas investigações. A sessão promete fortes emoções e será um marco no desenrolar deste trágico episódio que chocou o país e o mundo. O desfecho desta reunião da Primeira Turma do STF poderá trazer novos desdobramentos para o caso Marielle Franco.