Marcha da Maconha de São Paulo aborda encarceramento em massa e violência policial em comunidades periféricas em manifestação na Avenida Paulista.

No último domingo (16), a Marcha da Maconha de São Paulo reuniu centenas de manifestantes em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Com o tema “Bolando o Futuro sem Guerra”, a manifestação buscou chamar a atenção para questões como o encarceramento em massa e a violência policial nas comunidades mais pobres.

Segundo os organizadores do movimento, a proibição da maconha serve de pretexto para a perseguição da população negra que vive nas áreas periféricas das grandes cidades. O manifesto da marcha de 2024 destaca que a ilegalidade das drogas é baseada em mentiras que vão contra evidências científicas.

Uma das militantes presentes na manifestação, Rebeca Lerer, ressaltou a importância de desmistificar informações falsas relacionadas à maconha. Ela destacou que diversas pesquisas mostram os potenciais benefícios medicinais da planta, mas que interesses econômicos e políticos contribuem para a desinformação.

No contexto internacional, países como Alemanha, Uruguai, Canadá e parte dos Estados Unidos já legalizaram o consumo e produção da maconha. As diferentes abordagens para a legalização são objeto de discussão, com modelos que vão desde a priorização de grandes investidores até a valorização de cooperativas e cultivadores caseiros.

No Brasil, o debate sobre a legalização da maconha tem ganhado destaque no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Congresso Nacional. Recentemente, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou uma proposta que criminaliza o porte ou posse de qualquer quantidade de droga. A PEC 45/2023 ainda será avaliada em uma comissão especial e, se aprovada, seguirá para análise do plenário.

Além disso, o STF está julgando uma ação que poderá descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal. Antes da interrupção do julgamento, cinco ministros já haviam votado a favor da descriminalização, enquanto três se posicionaram contrários.

A Marcha da Maconha de São Paulo serviu como um espaço de luta e conscientização sobre a legalização da planta, destacando as questões sociais e raciais envolvidas na proibição das drogas. O movimento segue ativo na busca por uma regulamentação que respeite os direitos individuais e combata a discriminação.

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