Economistas aguardam decisão do Copom sobre a Selic

No próximo dia 19, os economistas do mercado financeiro estão na expectativa de uma decisão unânime do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central em relação à manutenção da taxa básica de juros –a Selic– no atual patamar de 10,50% ao ano. De acordo com analistas, diversos fatores como a deterioração das expectativas de inflação, a depreciação do real em relação ao dólar e a incerteza externa, além da atividade econômica resiliente, contribuem para essa projeção.

Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, destaca que um novo racha entre os membros do Copom poderia gerar instabilidade no mercado e questionar a credibilidade do Banco Central. Ela acredita que, após a divergência na última decisão, a leitura homogênea da conjuntura econômica pelos membros pode levar a uma decisão unânime desta vez.

Com a preocupação em relação à deterioração das expectativas de inflação, a comunicação do Copom deve ter um papel fundamental na reversão desse cenário, segundo Argenta. A meta de inflação perseguida pelo BC é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Outros economistas, como Fábio Romão, da LCA Consultores, projetam um cenário de inflação em 2025 em torno de 4%, levando em consideração possíveis aumentos nos preços administrados e riscos relacionados à desvalorização cambial. Já Rodolfo Margato, economista da XP, acredita que o Copom adotará uma postura mais cautelosa, devido às expectativas inflacionárias de médio prazo e às incertezas externas.

Para Rafael Cardoso, do banco Daycoval, uma pausa no ciclo de queda de juros deve ser esperada, mas não descarta a possibilidade de novos cortes ainda este ano. A decisão do Copom é aguardada com expectativa, diante do atual contexto econômico nacional e internacional.