PL acelera no Brasil o Estado teocrático
Segundo informações do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou um alarmante número de feminicídios em 2023. Foram 1.422 mulheres vítimas desse crime no país, o que representa uma média de quatro mortes por dia. Esses dados, no entanto, podem ser ainda mais preocupantes, uma vez que casos de estupro e feminicídio são subnotificados, principalmente quando ocorrem no ambiente doméstico, onde o agressor geralmente é alguém conhecido e próximo da vítima, como apontam as estatísticas.
A recente decisão do Congresso Federal tem levantado questionamentos e críticas, especialmente no que diz respeito ao avanço de pautas teocráticas impulsionadas por motivações religiosas. Essa tendência de misturar política, princípios religiosos e interesses financeiros tem levado o país a um perigoso caminho, ameaçando a laicidade do Estado brasileiro.
Caso essa tendência seja mantida, corre-se o risco de ver as leis do país sob influência de ideais teocráticos, nas mãos de líderes que usam a fé e a ignorância para impor suas agendas, muitas vezes distantes de valores humanistas e cristãos. É inaceitável que líderes religiosos, envolvidos em escândalos e acusações graves, tenham influência sobre a legislação que afeta diretamente a vida e a liberdade dos cidadãos brasileiros.
O projeto de lei que está em discussão, e que tem causado polêmica ao beneficiar estupradores e obrigar mulheres a manter a gestação fruto de estupros, representa uma violência institucional contra as brasileiras e contra o próprio Brasil. É fundamental que a sociedade esteja atenta e atuante para impedir retrocessos que coloquem em risco os direitos e a dignidade das mulheres no país.