A resistência aumenta nas redes sociais contra o PL do aborto
Nos últimos dias, a resistência ao Projeto de Lei que propõe mudanças nas regras de aborto tem aumentado nas redes sociais. As menções negativas ao PL superaram consideravelmente as menções positivas, e diversos debates têm surgido em relação ao tema. Um dos pontos de maior destaque tem sido as referências ao estupro de meninas, que muitas vezes se veem impossibilitadas de realizar abortos até as 22 semanas de gestação, o que tem gerado grande repercussão na opinião pública.
Diversos artistas, influenciadoras e jornalistas conhecidos se posicionaram no debate, demonstrando seu apoio ou repúdio ao projeto de lei. Entre os pronunciamentos mais recentes, a primeira-dama Janja da Silva publicou em suas redes sociais uma mensagem contra o PL, aderindo à campanha que defende que “criança não é mãe”. Apesar de ainda não haver posicionamento público por parte do ex-presidente Lula, o post de Janja parece ter influenciado uma mudança de postura por parte do governo.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, se manifestou contrária ao projeto, criando uma estratégia de responsabilizar a bancada evangélica e parlamentares bolsonaristas pela proposta. Por outro lado, o ministro das Relações, Alexandre Padilha, declarou que o governo não apoiará o PL, destacando que a nova legislação puniria mulheres que têm direito ao aborto legal, como aquelas vítimas de estupro, portadoras de fetos inviáveis ou em risco de vida.
Segundo fontes no Palácio do Planalto, a mudança de postura do governo é vista como um “amadurecimento” da discussão. Há a expectativa de adiamento da votação do projeto, contando com a influência do presidente da Câmara, Arthur Lira. Apesar de negar qualquer compromisso, Lira tenta um acordo com a bancada evangélica, indicando uma relatora moderada para o projeto, sendo a deputada Benedita da Silva uma das mais cotadas.
Caso a votação seja realizada, Padilha já deixou claro que orientará voto contra o PL, em uma reviravolta em relação à posição inicial do governo. Essa mudança de postura só ocorreu devido à pressão popular e não está alinhada com as bandeiras históricas do governo. A discussão sobre o PL do aborto promete continuar movimentando os debates políticos e sociais nos próximos dias.