Além da revogação da Portaria 983, os docentes e técnicos da educação profissional, científica e tecnológica também reivindicam um reajuste salarial de 4,5% ainda este ano e a recomposição orçamentária das instituições de ensino. Durante uma reunião realizada em Brasília, em que estiveram presentes representantes dos trabalhadores e dos ministérios da Educação e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, foi discutida a possibilidade de revogação da norma, desde que não haja impacto financeiro para a União.
O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) destacou a importância da revogação da Portaria 983 como um marco nas negociações com o governo. A coordenadora-geral do Sinasefe, Artemis Martins, ressaltou que a norma prejudica a atividade docente ao restringir a realização de pesquisas e trabalhos científicos.
Após cinco rodadas de negociação, o governo assinou um acordo com uma das entidades representativas dos docentes para reajustar os salários em 9% a partir de janeiro de 2025 e mais 3,5% a partir de maio de 2026. Este acordo, se aceito pela categoria, representará um aumento de cerca de 28,2% para os professores, além de permitir a reestruturação nas progressões de carreira.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um investimento de R$ 5,5 bilhões em recursos do MEC para obras de infraestrutura no ensino superior e a construção de novos campi universitários e hospitais universitários federais. O governo também pretende concretizar a criação de 100 novos institutos federais. A expectativa é que as negociações avancem e que a revogação da Portaria 983 seja efetivada, encerrando assim a greve que afeta profissionais de diversas instituições federais em todo o país.