Os participantes foram submetidos a uma avaliação clínica abrangente, incluindo polissonografia noturna e questionários sobre sono. Além disso, foram coletadas amostras de sangue para análise do DNA e genotipagem dos voluntários, a fim de determinar o risco genético para problemas de sono e sintomas depressivos. Os resultados da pesquisa foram apresentados durante a 38ª Reunião Anual das Sociedades Profissionais Associadas de Sono, realizada nos Estados Unidos.
Segundo a pesquisadora responsável, Mariana Moysés Oliveira, a insônia crônica está diretamente relacionada ao desenvolvimento e gravidade dos sintomas depressivos. Indivíduos com insônia têm maior probabilidade de apresentar uma depressão mais intensa e, muitas vezes, não respondem adequadamente aos tratamentos convencionais. Estudos anteriores já haviam indicado que a presença de insônia em pacientes deprimidos está associada a um prognóstico mais desfavorável.
As descobertas da pesquisa revelam uma ligação genética entre a insônia e a depressão, demonstrando que esses distúrbios têm origens genéticas similares. A análise estatística utilizada no estudo permitiu identificar grupos de alto e baixo risco para problemas de sono e depressão, com uma forte correlação genética entre essas condições. Esses achados têm o potencial de subsidiar a implementação de políticas públicas voltadas para a identificação precoce e tratamento integrado desses distúrbios.
Mariana enfatiza que a abordagem integrada da saúde mental e qualidade do sono pode representar um avanço significativo nos cuidados com a saúde. A utilização de dados genéticos para prever a predisposição a determinadas doenças possibilita a identificação precoce de indivíduos em risco, favorecendo intervenções preventivas e terapêuticas mais eficazes.
Em suma, a pesquisa conduzida pelo Instituto do Sono abre novas perspectivas para o tratamento de distúrbios do sono e depressão, oferecendo uma compreensão mais aprofundada das raízes genéticas dessas condições e potencializando a adoção de abordagens terapêuticas mais eficazes e personalizadas. Por meio da investigação das conexões genéticas subjacentes a esses distúrbios, é possível desenvolver estratégias de tratamento mais direcionadas, visando não apenas o controle dos sintomas, mas também a prevenção de recaídas.