Redução do Número de Casos de Dengue em São Paulo

Um novo boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo revelou uma redução significativa no número de casos novos de dengue na cidade. Embora a incidência da doença ainda seja alta, os dados indicam uma queda nos registros nas últimas semanas.

Na semana epidemiológica 19, foram registrados 37.405 novos casos de dengue na cidade, mas na semana seguinte esse número caiu para 28.031. Nas semanas 21, 22 e 23, os números continuaram diminuindo, com 14.358, 3.646 e apenas 73 novos casos reportados, respectivamente.

De acordo com o boletim, de 1º de janeiro a 5 de junho de 2024, São Paulo já acumula 447.005 casos de dengue e 212 mortes. Outros 408 óbitos estão em investigação. Em todo o ano de 2023, apenas dez pessoas faleceram em decorrência da doença na capital, mas o coeficiente de incidência atual está em 3.723,3 casos por 100 mil habitantes.

Fatores que Contribuem para a Redução

Segundo especialistas, a diminuição no número de casos de dengue em São Paulo e em outros estados como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul pode ser atribuída a três principais fatores. O Dr. Alexandre Naime Barbosa, coordenador-científico da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica que a redução está relacionada à temperatura média, ao volume de chuva e à imunidade das pessoas infectadas.

O Dr. Evaldo Stanislau de Araújo, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, também destaca a importância da imunidade adquirida e do clima mais ameno para explicar a queda nos números. Ambos os especialistas concordam que é fundamental manter a vigilância contínua e os esforços de prevenção da doença, especialmente com as mudanças climáticas e a perda de sazonalidade das doenças transmitidas por vetores.

O Papel da População e do Poder Público

O Dr. Araújo ressalta que, apesar da redução nos casos, a população e o poder público devem permanecer vigilantes e adotar medidas para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Isso inclui a eliminação de criadouros, a capacitação das equipes de saúde e a manutenção dos hábitos saudáveis.

Além disso, a importância da vacinação e do desenvolvimento de novas tecnologias para o controle do vetor também é destacada. As autoridades de saúde precisam estar preparadas para lidar com a possibilidade de um retorno dos casos e garantir tratamento adequado para a população.