São Paulo, 10 de julho de 2021
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) emitiu um comunicado convocando as Bolsas de Mercadorias a comprovarem a capacidade técnica e financeira das empresas que arremataram as 263,7 mil toneladas de arroz importado em um leilão realizado recentemente. A medida foi tomada em meio a dúvidas e repercussões sobre o resultado do leilão, visando garantir transparência e segurança jurídica na operação.
Após o leilão, críticas foram levantadas por opositores do governo, incluindo a senadora Tereza Cristina, que questionaram a participação de empresas desconhecidas do mercado que arremataram lotes. Das quatro companhias vencedoras, apenas uma delas – a Zafira Trading – é do ramo. Outras empresas como uma fabricante de sorvetes, uma mercearia especializada em queijo e uma locadora de veículos também foram vencedoras do leilão.
A senadora solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) que fiscalize o leilão considerado “milionário” pela Conab, negando ter usado recursos públicos para comprar arroz. O TCU foi acionado pelo Partido Novo para investigar e suspender os resultados do leilão.
Em resposta às polêmicas, a Conab esclareceu que o formato de leilão utilizado para o arroz importado conta com o intermédio das Bolsas de Mercadorias, que são responsáveis pelas propostas apresentadas em nome de seus clientes. Qualquer violação às regras do leilão implicará em punições, ressaltou a estatal.
Na próxima semana, a Conab reofertará as toneladas remanescentes do arroz importado, buscando garantir o abastecimento do grão e combater a especulação de preços após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do país.
Com isso, a empresa Wisley A de Sousa Ltda., maior arrematadora dos lotes, comprometeu-se a fornecer o arroz dentro do cronograma estabelecido pela Conab, mantendo a qualidade e a segurança necessárias para atender à demanda da população.
Essa situação levanta questionamentos sobre a transparência nos leilões realizados pela Conab e a necessidade de garantir a lisura e eficácia das operações para manter a segurança jurídica e a estabilidade no mercado de alimentos do país.