Comissão Temporária do Senado pode visitar Lajeado para avaliar consequências das enchentes no Rio Grande do Sul
No intuito de acompanhar de perto o enfrentamento da calamidade causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, a Comissão Temporária Externa do Senado (CTERS) está planejando uma visita à cidade de Lajeado para conhecer de forma mais detalhada os efeitos das inundações no Vale do Taquari. O requerimento com essa finalidade será votado durante a reunião do colegiado marcada para terça-feira (11) às 14h, tendo como único ponto da pauta esse assunto de extrema importância.
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), relator da comissão, é o responsável pela proposição (REQ 11/2024 — CTERS) que destaca a “situação crítica enfrentada pelo povo gaúcho devido às intensas chuvas” e sugere uma diligência externa “para verificar, in loco, a realidade e as necessidades desses brasileiros”.
Mourão também é o autor do plano de trabalho da CTERS, que inclui uma série de propostas consideradas prioritárias para lidar com a calamidade no estado e prevê a realização de audiências públicas sobre o tema. Os membros da comissão já estiveram no Rio Grande do Sul em 23 de maio, ocasião em que ouviram as demandas do governador Eduardo Leite e conversaram com vítimas da tragédia em Canoas e São Leopoldo.
A criação da comissão foi uma iniciativa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, com o objetivo de centralizar os pedidos de projetos de lei e emendas constitucionais de interesse do Rio Grande do Sul após as enchentes. Instalado em 7 de maio, o grupo é liderado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), tendo como vice-presidente o senador Ireneu Orth (PP-RS), e conta ainda com a participação dos senadores Esperidião Amin (PP-SC), Alessandro Vieira (MDB-SE), Jorge Kajuru (PSB-GO), Leila Barros (PDT-DF) e Astronauta Marcos Pontes (PL-SP).
Desafios após a calamidade
O Rio Grande do Sul enfrenta agora o desafio de reconstruir sua infraestrutura para se adaptar a novos fenômenos climáticos extremos. As enchentes afetaram diretamente mais de 2,3 milhões de pessoas no estado, forçando cerca de 600 mil a deixarem suas residências. Estradas, pontes e até o aeroporto internacional de Porto Alegre foram severamente danificados. Mesmo a proteção da capital contra enchentes não foi suficiente.
Dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul indicam que 90% da indústria local foi prejudicada pelas cheias, de magnitude inédita. Além disso, grande parte da safra foi perdida e extensas áreas agricultáveis permanecem alagadas. Segundo a Emater/RS-Ascar, mais de 206 mil propriedades rurais foram afetadas pelas enchentes entre 30 de abril e 24 de maio, resultando em prejuízos significativos na produção e infraestrutura. Será necessário recuperar mais de 3,2 milhões de hectares de terras para cultivo afetadas pelas inundações.
Os últimos dados da Defesa Civil do Rio Grande do Sul apontam para 476 municípios afetados, 172 óbitos confirmados, 44 desaparecidos e 806 feridos.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)