Noite desta terça-feira (4) foi marcada pela triste notícia do falecimento do renomado jornalista Roberto Müller Filho, aos 82 anos, em São Paulo. Internado no Hospital Israelita Albert Einstein, Müller lutava contra um câncer no pulmão. Seu velório está sendo realizado nesta quarta-feira (5) no Morumbi. O jornalista deixa sua esposa Tânia Müller e três filhos.
Roberto Müller Filho era uma das maiores referências do jornalismo econômico brasileiro. Natural de Ribeirão Preto, São Paulo, iniciou sua carreira na Folha, sob a liderança do editor Matias Molina. Posteriormente, Müller assumiu o cargo de editor de economia do jornal renomado.
Além da Folha, o jornalista passou por revistas como Veja, Realidade, Visão e Expansão, até que em 1974 ingressou na Gazeta Mercantil, onde trabalhou por 15 anos em três distintos períodos e acabou tornando-se diretor de jornalismo.
De acordo com relatos de colegas, Müller deixou sua marca na Gazeta Mercantil, liderando e formando uma nova geração de jornalistas econômicos no veículo, que era considerado o mais importante do país na época.
Foi durante sua passagem na Gazeta Mercantil que Müller criou o Fórum Gazeta Mercantil, um evento que homenageava figuras importantes do empresariado brasileiro como Antônio Ermínio de Moraes e Jorge Gerdau.
Em um cenário político conturbado na ditadura militar, em 1978, o Fórum lançou o “Documento dos Oito”, uma carta assinada por grandes empresários com críticas à política industrial e em defesa da democracia.
Além de sua atuação no jornalismo econômico, Müller também teve participação na política, sendo chefe de gabinete de Dilson Funaro, ministro da Fazenda, e secretário de Ciência e Tecnologia do governo paulista. Sua passagem pela TV Globo de São Paulo também é lembrada, assim como seu programa de debate Crítica a Autocrítica, na Bandeirantes.
O legado de Roberto Müller Filho no jornalismo e na política brasileira é inegável, e sua partida deixa um vazio nos meios de comunicação do país.
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