Os dados levantados apontam que, apesar desses altos custos, as internações de crianças e adolescentes no SUS devido à obesidade foram relativamente baixas, totalizando apenas R$ 5,5 milhões. Isso sugere que os profissionais de saúde não consideram a obesidade como um fator primordial para a internação desses pacientes.
Raphael Barreto, gerente de Obesidade do Instituto Desiderata, alerta que a tendência é que os custos relacionados à obesidade infantojuvenil continuem aumentando nos próximos anos. Ele ressalta que a condição é multifatorial, sendo influenciada pelo consumo de alimentos ultraprocessados, falta de atividade física e aumento do tempo de tela.
Além disso, o estudo mostrou que crianças com obesidade têm maior risco de desenvolver problemas de saúde, como diabetes tipo 2, hipertensão e distúrbios metabólicos. A obesidade infantil também é um forte indicativo de obesidade na vida adulta, aumentando os riscos de doenças crônicas não transmissíveis.
Diante desse cenário preocupante, especialistas defendem a implementação de políticas públicas mais efetivas para prevenir e tratar a obesidade infantojuvenil. Carolina Rocha, nutricionista e analista de Saúde do Instituto Desiderata, ressalta a importância de estratégias de tratamento no SUS e políticas que promovam ambientes alimentares mais saudáveis, como a proibição da venda de alimentos ultraprocessados nas escolas.
O aumento do sobrepeso e obesidade no Brasil também está relacionado à má alimentação e ao consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, conforme apontam estudos recentes. Se as atuais tendências se mantiverem, o país pode enfrentar um aumento significativo nos casos de doenças graves associadas à obesidade.
Portanto, é fundamental que medidas eficazes sejam adotadas para combater esse problema de saúde pública e garantir um futuro mais saudável para as crianças e adolescentes do país.