Atrito entre entidades prejudica negociações salariais dos professores federais
Um atrito entre entidades que representam professores de universidades federais coloca em risco o desfecho das negociações salariais com o governo federal, liderado por Lula (PT). Após quase dois meses de greve, a situação se intensificou e pode ter um desfecho já na próxima segunda-feira (27).
A Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes) está inclinada a assinar um acordo proposto pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Por outro lado, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) rejeita a possibilidade e questiona a legitimidade da Proifes para negociar em nome dos professores em greve.
O impasse decorre da proposta final apresentada pelo Ministério, que prevê reajustes salariais de 9% em 2025 e 5% em 2026. Enquanto os servidores pleiteavam 7,06% em 2024, 9% em 2025 e 5,16% em 2026. A discordância levou a Proifes a considerar encerrar as negociações, o que gerou críticas por parte do Andes.
ANDES CRITICA GOVERNO
Representantes do Andes manifestaram em uma coletiva realizada em Brasília na última sexta-feira (24) que não aceitarão a proposta de reajuste salarial de 0% para 2024. Com 58 instituições federais em greve, o sindicato criticou a postura do governo, alegando falta de diálogo e descaso. O presidente do Andes, Gustavo Seferian, enfatizou a necessidade de respostas concretas por parte do governo sem imposições.
Diante do impasse, as entidades sindicais convocaram assembleias para definir a posição oficial de cada base em relação ao acordo proposto. Com acusações de falta de diálogo e de propostas insuficientes, a situação permanece indefinida.
Este embate reflete um histórico de disputas de protagonismo entre as entidades, com a Proifes e o Andes divergindo em negociações passadas. Mesmo com a proximidade do desfecho das atuais negociações, a incerteza paira sobre o desfecho dessas questões salariais que afetam milhares de docentes federais.