Lula pode vetar taxação de remessas de até US$ 50 do exterior, diz presidente em entrevista no Planalto.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou, em uma coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto, que está considerando vetar a taxação federal de remessas de até US$ 50 vindas do exterior. Essa medida seria incluída no projeto que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que estava previsto para ser votado na última quarta-feira (22) pela Câmara dos Deputados, mas teve sua votação adiada.

Durante a conversa com os jornalistas, Lula afirmou que a tendência é vetar a taxação, mas também mencionou a possibilidade de negociar o assunto. Ele se mostrou disponível para discutir o tema com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e destacou a importância de debater a questão para encontrar uma solução que atenda a todos os envolvidos.

Atualmente, as compras do exterior até US$ 50 são isentas de impostos federais, sendo taxadas apenas pelo ICMS com alíquota de 17% cobrado pelos estados. Somente remessas acima de US$ 50 sofrem a incidência do imposto de importação federal, de 60%. Empresas como Amazon, Shein e Shoppe já aderiram ao programa Remessa Conforme e a lista completa pode ser consultada no site da Receita Federal.

O relator do texto, deputado Átila Lira, expressou preocupações relacionadas à indústria nacional e ao desequilíbrio na concorrência com produtos fabricados no Brasil ao incluir a taxação no projeto do Programa Mover. Entidades ligadas ao varejo também questionaram a isenção de impostos para compras online.

Lula defendeu que haja um equilíbrio no tratamento da cobrança de impostos para a população, citando a isenção para pessoas que viajam ao exterior. Ele enfatizou a importância de encontrar uma solução que beneficie a todos, sem prejudicar nenhum grupo específico, e se mostrou aberto ao diálogo para chegar a um consenso.

Diante desse cenário, o presidente reforçou a necessidade de promover um debate amplo sobre o tema e buscar alternativas que garantam a justiça e a equidade na cobrança de impostos para as remessas do exterior, respeitando os interesses de todos os envolvidos. A decisão final sobre a taxação das remessas de até US$ 50 agora aguarda novos desdobramentos e negociações entre as partes envolvidas.

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