Decisão de Lula afeta ministro da Fazenda em meio a pressões do varejo e da indústria
Segundo informações obtidas pela coluna, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou a decisão após ouvir os conselhos de sua esposa, a primeira-dama Janja da Silva. Embora a assessoria de Janja tenha negado seu envolvimento direto nas articulações, a situação gerou consequências para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Haddad vinha se dedicando a combater as fraudes nas importações de mercadorias por empresas que se passavam por pessoas físicas. O embate chegou ao ponto de o ministro debater com deputados bolsonaristas sobre o tema durante uma comissão na Câmara dos Deputados.
Enquanto isso, o presidente da Câmara, Arthur Lira, enfrenta pressões do setor varejista e da indústria, que reclamam do excesso de produtos chineses no mercado brasileiro. Esses produtos chegam aos consumidores diretamente por meio das plataformas de e-commerce, o que tem gerado críticas.
Estudos realizados por entidades representativas dos setores indicam que a maioria dos produtos chineses é adquirida pelas classes A e B, que são as que mais utilizam o e-commerce. Esse argumento tem sido usado para tentar convencer Lula a tomar uma outra decisão, porém sem sucesso até o momento.
A questão tem gerado grande repercussão nas redes sociais e se tornou uma bandeira do bolsonarismo, afetando a popularidade do presidente. Lira havia articulado um acordo com diversos partidos para acabar com a isenção, mas o PT pediu destaque em um “jabuti” dentro do projeto de lei, o que resultou no rompimento do acordo.