Reconstrução do Rio Grande do Sul: especialistas destacam a necessidade de priorizar moradias, rodovias e equipamentos públicos na gestão de Eduardo Leite.




Reconstrução do Rio Grande do Sul

Reconstrução do Rio Grande do Sul: Desafios e Prioridades

A reconstrução do Rio Grande do Sul exigirá planejamento e definição de prioridades por parte da gestão Eduardo Leite (PSDB). Especialistas ouvidos pela Folha destacam que, a curto e médio prazo, o governo deve centrar seus esforços na construção de moradias e na recuperação de rodovias e pontes, afetadas pela tragédia climática.

Leite anunciou, na última sexta (17), um plano de trabalho que será dividido em três etapas: emergencial/curto prazo (focado em assistência social, segurança); reconstrução/médio prazo (habitação e infraestrutura); e futuro/longo prazo (fortalecer a resiliência a eventos climáticos).

“Recuperar as redes de rodovias [regionais, estaduais e federais], assim como pontes e cabeceiras, significa a ligação entre os territórios. É um primeiro passo para recompor o sistema de circulação das pessoas e de mercadorias”, afirma Luiz Afonso dos Santos Senna, engenheiro e professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

De acordo com painel interativo do estado atualizado até sexta, pelo menos 139 trechos de 57 rodovias federais e estaduais estão com fluxos bloqueados devido a inundação na pista, avarias em pontes e deslizamento de encostas.

O fechamento do Aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre piora ainda mais a logística, tornando essencial a rápida reconstrução das vias de acesso.

A arquiteta Clarice Misoczky de Oliveira destaca a importância da reconstrução das estradas para a retomada da normalidade no estado. Além disso, a construção e recuperação de moradias também são prioridades, visto que mais de 540 mil pessoas foram desabrigadas pela tragédia.

Outra medida importante anunciada pelo governo foi o programa de auxílio habitacional, com a compra de imóveis em áreas urbanas já concluídos ou que serão finalizados até o final de 2025. Além disso, famílias que perderam seus bens na catástrofe receberão uma ajuda única de R$ 5.100.

No entanto, a reconstrução do Rio Grande do Sul não se resume apenas à infraestrutura e habitação. A área de saúde e educação também foi severamente afetada, com hospitais danificados e unidades de saúde fechadas. Profissionais da saúde estão improvisando atendimentos em abrigos temporários.

O urbanista Anderson Kazuo Nakano destaca a oportunidade de reconstruir todo o sistema de drenagem, combinando-o com obras de adaptação aos impactos climáticos, como chuvas intensas e ondas de calor.

Para garantir uma reconstrução eficaz, Alvaro Martim Guedes, professor de administração pública, ressalta a importância de priorizar a prevenção e realizar obras de infraestrutura de forma concomitante, evitando novas tragédias no futuro.


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