Populista ultraconservador Ibrahim Raisi tinha 63 anos
Na última sexta-feira, dia 24 de junho, o Irã foi surpreendido com a notícia da morte do presidente Ibrahim Raisi, aos 63 anos de idade. Raisi nasceu em novembro de 1960, na cidade sagrada xiita de Mashhad, no nordeste do país, e tinha uma carreira respeitada no Judiciário iraniano.
Com passagens como procurador-geral, vice-chefe de Justiça e promotor adjunto de Teerã, Raisi conquistou a presidência em 2021, após vencer as eleições em primeiro turno. Durante sua campanha, ele levantou bandeiras anticorrupção e em defesa dos pobres, o que o levou a receber 62% dos votos, correspondendo a cerca de 17,8 milhões de eleitores.
Sucessor do moderado Hasan Rohani, Raisi chegou ao poder em 2021 e tinha como principal desafio manter a estabilidade política do país. Rohani, por sua vez, foi responsável por firmar o acordo nuclear de 2015 entre o Irã e potências ocidentais, sendo sucedido por Raisi após dois mandatos consecutivos.
No entanto, a gestão de Raisi não foi livre de polêmicas. O presidente era criticado por supostas violações dos direitos humanos, com acusações de influenciar em decisões judiciais que resultaram na morte de dissidentes do regime iraniano. Sua inclusão na lista de líderes iranianos sancionados pelos Estados Unidos por cumplicidade em violações dos direitos humanos era motivo de controvérsia.
Agora, a morte de Raisi abre espaço para possíveis disputas internas pelo poder no Irã. Segundo especialistas em Relações Internacionais, a busca pelo controle político dificilmente envolverá uma oposição efetiva, devido às restrições impostas pelo Conselho Guardião. Este órgão é responsável por aprovar ou barrar os candidatos para as eleições, incluindo a presidência, tornando a oposição uma figura cada vez mais marginalizada no cenário político iraniano.
(Com AFP, Deutsche Welle e RFI)