Resultado de Exame de DNA Revela Inocência de Carlos Edmilson
Carlos Edmilson sempre alegou inocência. Entretanto, durante o julgamento, nenhuma instância comparou o DNA dele com o material biológico encontrado nas vítimas. O caso mudou após ele receber o auxílio do instituto Innocence Project Brasil, uma ONG criada para prestar serviços gratuitos a vítimas de erros judiciais.
Defesa do jardineiro requisitou comparação de DNA dele com os encontrados nas vítimas. Ao UOL, a advogada Flavia Rahal explicou que dos 10 casos nos quais o Innocence Project Brasil atuou, em apenas cinco tinham sido coletados material genético das vítimas e foi exatamente nesses em que foi possível produzir o exame de DNA. Em alguns casos, contou Rahal, nunca se tinha tentado essa prova pericial, e em alguns poucos outros “tinha-se a compreensão de que o material coletado não era suficiente para a realização dos exames”.
Mas fato é que nós conseguimos a produção de cinco exames de DNA que comprovaram com segurança que o Carlos Edmilson é inocente, quatro dos quais apontaram outro homem como autor dos estupros.
Flavia Rahal, diretora e fundadora do Innocence Project Brasil
Verdadeiro culpado descoberto. Os exames que atestaram a inocência de Carlos também revelaram que o autor dos estupros é José Reginaldo dos Santos, 34, que já estava preso no sistema prisional paulista por roubo. O material genético de Reginaldo foi encontrado em pelo menos quatro das cinco vítimas que tinham fornecido DNA às autoridades.
STJ determinou a liberdade do jardineiro. Com o resultado dos testes de DNA, o Tribunal de Justiça de São Paulo e o Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, determinaram a soltura de Carlos Edmilson.
Advogada critica reconhecimento por foto
Rahal criticou a condenação de vítimas a partir de reconhecimento por fotografias. A advogada reiterou que as vítimas não mentiram sobre os abusos sofridos, mas destaca que elas foram levadas a acreditar que Carlos Edmilson foi o responsável por violentá-las apenas por uma foto e induzidas pela investigação de se tratar de uma pessoa que já estava sendo reconhecida em outros casos analisados pela polícia.