Incêndio na Vila Socó: Podcast relembra tragédia e debate políticas habitacionais durante ditadura militar no Brasil.

No último episódio da primeira temporada do podcast Perdas e Danos, foi abordado o trágico incêndio que ocorreu na Vila Socó, uma favela localizada em Cubatão, município de São Paulo, como ponto de partida para discutir as políticas habitacionais durante o período da ditadura militar no Brasil. O incêndio, que aconteceu em 1984, sob o governo de João Batista Figueiredo, resultou em um elevado número de mortos, sendo considerado o maior desastre do país pela quantidade de vítimas. No entanto, as investigações foram arquivadas e o número oficial de mortos foi substancialmente reduzido para 93 pessoas.

A tragédia na Vila Socó evidenciou o abandono e a exclusão das pessoas de baixa renda durante os 21 anos de regime militar, no qual as políticas habitacionais priorizavam sistemas de moradia ligados ao sistema financeiro. A falta de moradia adequada, aliada à incapacidade dos trabalhadores de arcar com os custos, levou muitos a optarem pela autoconstrução em locais sem infraestrutura básica.

Cubatão, conhecida como o principal polo petroquímico do país, enfrentava um cenário desolador, com metade da população residindo em favelas. A reforma habitacional, proposta por João Goulart antes do golpe de 1964, visava trazer mudanças significativas no setor, combatendo o alto valor dos aluguéis e promovendo o acesso à moradia digna.

O podcast “Perdas e Danos” buscou resgatar essas histórias e debater as propostas de políticas públicas que estavam em pauta no início dos anos 60, sendo um reflexo do país que estava em transformação até ser interrompido pelo golpe militar. Com uma segunda temporada já planejada para investigar as empresas que apoiaram a ditadura e suas consequências, o podcast promete continuar lançando luz sobre os episódios obscuros da história do Brasil.

Por meio de relatos e análises de especialistas, “Perdas e Danos” busca não apenas informar, mas também provocar reflexões sobre o passado e como ele impacta nosso presente. O resgate dessas memórias e eventos históricos é essencial para compreendermos as raízes dos problemas atuais e buscar caminhos para um futuro mais justo e inclusivo para todos os cidadãos.

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