Catracas da Alerj viram decoração: sistema de controle de servidores nunca foi utilizado, gerando dúvidas sobre uso de recursos públicos.





As catracas instaladas em 2021 no prédio sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Edifício Lúcio Costa, conhecido como Alerjão, com o propósito de controlar a frequência dos servidores, nunca foram utilizadas para sua finalidade. Mais do que um sistema funcional, as catracas se tornaram parte da decoração do local.

Segundo informações da TV Globo, as máquinas, que custaram mais de R$ 121 mil aos cofres públicos, são apontadas como modernas, equipadas com leitor digital e sistema de liberação automática. No entanto, permanecem sem operação até o momento.

A instalação das catracas tinha como objetivo evitar situações como a presença de servidores fantasmas, esquemas de rachadinhas e outros casos de corrupção que foram relatados ao longo dos anos na Alerj. Com um total de 5.698 funcionários, de acordo com a folha de pagamento, é desafiador identificar quem realmente cumpre expediente no local.

Questionada sobre o contrato envolvendo as catracas e se há planos para colocá-las em funcionamento, a Alerj respondeu que o controle de entrada e saída dos funcionários é realizado por meio de crachás, que são apresentados aos seguranças da casa. Além disso, afirmou que o monitoramento detalhado das entradas e saídas é realizado para todas as pessoas que acessam o prédio.

No entanto, a Assembleia Legislativa não forneceu informações sobre o contrato de aquisição das catracas e também não esclareceu se há previsão para que o sistema seja finalmente ativado, deixando em aberto questões sobre o uso dos recursos públicos e a eficácia dos mecanismos de controle interno na instituição.

Advertisement

Receba notícias no WhatsApp


Como representante da imprensa, é fundamental ressaltar a falta de transparência e eficácia nos processos de controle interno da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A aquisição de equipamentos como as catracas, que deveriam ser utilizadas para coibir práticas irregulares e garantir a presença real dos servidores, revela um descaso com o dinheiro público e uma incoerência na gestão dos recursos da instituição.

O investimento de mais de R$ 121 mil em tecnologia que não é aproveitada de forma adequada levanta questionamentos sobre a efetividade das medidas adotadas pela Alerj para combater a corrupção e garantir a prestação de serviços à população. A falta de informações claras sobre o contrato de aquisição das catracas e a ausência de um plano concreto para sua utilização evidenciam uma falha na comunicação e na prestação de contas por parte da casa legislativa.

Diante desse cenário, é essencial que a sociedade cobre das autoridades responsáveis explicações transparentes e ações concretas para corrigir essa situação. A fiscalização e o acompanhamento dos gastos públicos são deveres de todos os cidadãos, e a falta de compromisso com a transparência por parte da Alerj não pode ser tolerada. É preciso exigir responsabilidade e ética na administração dos recursos públicos, para garantir que situações como essa não se repitam e que o dinheiro dos contribuintes seja utilizado de forma correta e eficiente.

Sair da versão mobile