Durante um encontro do J20, que reuniu presidentes e representantes das supremas cortes dos países do G20, Barroso destacou os avanços que o STF já alcançou no uso da IA, como a organização de processos por tipo e a identificação de casos com repercussão geral. Além disso, o ministro revelou que o tribunal está desenvolvendo uma ferramenta que será capaz de localizar precedentes, indicando que a automação de processos é um caminho natural.
Em um país com alto índice de judicialização como o Brasil, onde o Supremo recebe em média 70 mil processos por ano, a inteligência artificial se torna uma peça fundamental para acelerar o sistema de Justiça. Barroso enfatizou a necessidade de adotar ferramentas tecnológicas para lidar com os 85 milhões de casos pendentes no país, destacando a importância da IA para agilizar o andamento dos processos.
Apesar das vantagens oferecidas pela inteligência artificial, Barroso ressaltou que a tecnologia também apresenta desafios e riscos, como a possibilidade de reproduzir preconceitos presentes na sociedade. O ministro enfatizou a importância da supervisão humana sobre as decisões tomadas pela IA, destacando que a tecnologia ainda não possui discernimento ético para separar o certo do errado.
As reuniões do J20, sediadas no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), reuniram autoridades dos países do G20 para discutir as tendências e desafios enfrentados pelas cortes supremas em relação ao desenvolvimento tecnológico. A declaração de Barroso ressalta a importância da inovação e da adaptação do Judiciário brasileiro às transformações tecnológicas em curso.