Desigualdade racial: 2,1 milhões de crianças no Brasil sem acesso adequado à água potável, aponta análise do Unicef.

No Brasil, a questão do acesso adequado à água potável para crianças e adolescentes de zero a 19 anos tem sido um desafio constante. De acordo com dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) com base no Censo Demográfico 2022 do IBGE, aproximadamente 2,1 milhões de jovens no país vivem sem o acesso necessário à água potável.

Um dado alarmante é que o percentual de crianças e adolescentes negros sem acesso adequado à água é de 4,7%, sendo o dobro do registrado entre brancos, que é de 2,2%. Já entre os indígenas, esse percentual é ainda mais preocupante, sendo 11 vezes maior do que o de brancos, atingindo 25%.

Os estados com os maiores percentuais de jovens sem acesso adequado à água estão nas regiões Norte e Nordeste do país. Segundo o Unicef, essa situação precária pode acarretar diversos problemas, tais como riscos de doenças, abandono ou atraso escolar e aumento das desigualdades.

Um dado preocupante é que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 20% das mortes de crianças abaixo de 5 anos no mundo são causadas pela diarreia, sendo que crianças indígenas têm 14 vezes mais chances de morrer por essa doença, comparado com outros grupos populacionais.

Diante desse cenário, o Unicef recomenda a priorização de investimento no setor, a ampliação e fortalecimento dos serviços de acesso à água potável, bem como a inclusão das comunidades mais vulneráveis em programas e políticas de água, saneamento e higiene. Além disso, a entidade defende a aprovação do PL 5696/23, que exige o fornecimento de água potável nas instituições de ensino, a fim de garantir um ambiente saudável para os estudantes.

Em conclusão, é essencial que medidas eficazes sejam tomadas para garantir que todas as crianças e adolescentes no Brasil tenham acesso adequado à água potável, garantindo assim um desenvolvimento saudável e digno para essa parcela da população.

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