Decisão de devolução de objetos culturais
O Museu Nacional de História Americana, em Washington, anunciou recentemente a decisão de fechar suas salas de exposição de culturas indígenas, com o objetivo de devolver os objetos que fazem parte do acervo sociocultural às tribos das quais saíram.
Segundo o diretor do museu, John Decatur, a decisão foi motivada pelo “significativo” número de itens exibidos nessas salas e pelo fato de que as exposições se tornaram “desatualizadas”. A opção de fechar as salas, em vez de cobrir ou retirar objetos específicos, foi justificada como uma medida mais abrangente e respeitosa.
No entanto, a decisão também causará impacto nos visitantes, especialmente nos estudantes que visitam essas salas para aprender sobre a história do país. Objetos como uma canoa de casca de bétula de origem Menominee, dardos que datam de 10.000 a.C. e uma boneca Hopi Katsina não estarão mais disponíveis para visualização.
De acordo com Decatur, a decisão pode parecer “repentina” para alguns e “tardia” para outros, mas reflete a crescente urgência de todos os museus em mudar suas relações e representações das culturas indígenas. O departamento de antropologia do museu é um dos mais antigos e prestigiosos do país, e a decisão de devolver os objetos culturais está alinhada com a busca por uma abordagem mais ética e respeitosa em relação às comunidades indígenas.
Além do Museu Nacional de História Americana, outros museus pelo país também tomaram medidas semelhantes, cobrindo vitrines ou retirando os objetos mais sensíveis do patrimônio cultural e sagrado das tribos, de acordo com o The New York Times.
Bryan Newland, secretário adjunto de Assuntos Indígenas e ex-presidente tribal da comunidade indígena Bay Mills, destacou que as normas foram elaboradas em consulta com os representantes tribais, que almejavam recuperar a dignidade de seus antepassados na morte. A devolução dos objetos culturais às tribos é vista como um passo importante para alcançar esse objetivo.