Atos antissemitas quadruplicam na França em 2022
Os atos antissemitas quadruplicaram na França no ano passado, com 1.676 agressões desse tipo registradas no país, em comparação com 436 em 2022. A explosão de casos de incitação ao ódio e discriminação aos judeus se concentrou no último trimestre do ano, depois do ataque terrorista do Hamas em Israel, em 7 de outubro, e o início da guerra na Faixa de Gaza. Os dados fazem parte de um relatório divulgado nesta quinta-feira (25) pelo Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (Crif).
Em entrevista à agência AFP, o presidente do Crif, Yonathan Arfi, sublinhou que a França nunca registrou um grau tão elevado de antissemitismo desde a Segunda Guerra Mundial. O país conta com a maior comunidade judaica da Europa, composta por cerca de 500 mil pessoas.
O dirigente lembra que houve algumas dezenas de casos desse tipo na década de 1990 e algumas centenas no período de 2000-2022. Mas depois do ataque do Hamas, a alta registrada foi de 1000%, assinalam os jornais Le Monde e Le Parisien, que trazem o tema na manchete.
Essa escalada preocupante do antissemitismo na França gera alarme não apenas entre a comunidade judaica, mas em toda a sociedade francesa. A situação representa um retrocesso nos esforços de combate ao ódio e à discriminação, e requer uma ação imediata por parte das autoridades e da sociedade como um todo. A subida vertiginosa dos atos antissemitas é um sinal claro de que há um problema grave que precisa ser enfrentado com urgência.
O aumento drástico de atos antissemitas deve servir como um alerta para a sociedade francesa como um todo. A luta contra o antissemitismo não é apenas uma questão da comunidade judaica, mas sim de toda a sociedade, que precisa se unir para combater essa forma repugnante de discriminação e ódio. A França, como berço dos direitos humanos e da liberdade, não pode permitir que o antissemitismo continue a prosperar em seu território.