Os dados do Imazon revelam que em 2022, o desmatamento nessas áreas chegou a 1.431 km², um número próximo aos observados desde 2019. Entre 2012 e 2018, o ano em que se observou a maior quantidade de áreas protegidas devastadas foi 2018, com 721 km² desmatados.
De acordo com o Instituto, o monitoramento é feito com a ajuda de imagens de satélite e a redução observada em 2023 superou a queda geral na derrubada, que apresentou decréscimo de 62% entre 2022 e 2023.
O coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon, Carlos Souza, destaca a importância da redução expressiva do desmatamento em áreas protegidas, pois são territórios que precisam ter prioridade nas ações de combate à derrubada. A devastação dentro de terras indígenas e unidades de conservação geralmente significa invasões ilegais que levam a conflitos com os povos e comunidades tradicionais que residem nessas áreas.
No entanto, o Imazon alerta para a degradação observada em 2023, que pode estar relacionada à seca e às queimadas na região. O pesquisador Carlos Souza ressalta que, apesar da queda geral, algumas áreas protegidas tiveram aumento na destruição, o que deve ser foco de ações urgentes em 2024.
No que diz respeito às terras indígenas, alguns territórios apresentaram aumentos expressivos na derrubada em 2023. Entre eles, a Igarapé Lage, em Rondônia, onde o desmatamento cresceu 300%. Além disso, terras indígenas localizadas na divisa do Amazonas com Roraima também apresentaram aumentos na derrubada, como os territórios Waimiri Atroari e Yanomami.
Quanto às unidades de conservação, a área de floresta destruída em 2023 apresentou uma queda de 77% em relação a 2022, sendo a menor área de floresta destruída nesses tipos de territórios em nove anos, desde 2014. As áreas sob jurisdição federal tiveram a maior redução, com 79% a menos de derrubada, enquanto nas áreas estaduais a queda foi de 75%.