Granjas de aves estão criando bactérias mais resistentes
Um estudo realizado em criações de frangos comerciais na China revelou que as espécies de bactérias E. coli e Salmonella estão compartilhando elementos genéticos, tornando-as mais resistentes a agentes antimicrobianos. Essas descobertas levantam preocupações sobre as práticas de criação de aves e seu impacto na segurança alimentar.
Os pesquisadores coletaram amostras de 10 granjas e abatedouros de frangos na China, onde encontraram Escherichia coli e Salmonella enterica resistentes a antimicrobianos. Essas bactérias adquiriram resistência por meio do intercâmbio de informações genéticas, utilizando elementos genéticos móveis. A coautora do estudo, Tania Dottorini, ressalta que, embora a propriedade de compartilhamento de genes entre bactérias seja conhecida, ainda não está totalmente esclarecido até que ponto isso é possível entre bactérias de espécies diferentes, uma vez que a maioria dos estudos anteriores focava em uma única espécie.
As amostras foram coletadas de fezes, carcaças, penas, ração, solo, águas usadas, esfregões anais, cercanias dos abatedouros e água potável das aves. Tanto a E. coli quanto a Salmonella são fontes potenciais de intoxicação alimentar, e sua resistência a antimicrobianos representa uma séria ameaça à segurança alimentar.
Os resultados deste estudo destacam a necessidade de regulamentações mais rigorosas e práticas sustentáveis na criação de aves, a fim de limitar a disseminação de bactérias resistentes a antimicrobianos. Além disso, a conscientização sobre o uso responsável de antimicrobianos na produção animal é fundamental para combater essa crescente ameaça à saúde pública.