Durante o painel sobre a América Latina, Barroso destacou que o problema da segurança pública e da violência tem se agravado recentemente, e que é necessário incluir essas questões na agenda, principalmente na agenda progressista.
O presidente do STF criticou a negligência do pensamento progressista em relação à segurança pública, atribuindo-a apenas à pobreza e à desigualdade, ignorando a necessidade de segurança para as populações mais carentes. Ele afirmou que o Brasil está atrasado nesse aspecto e que é preciso repensar a abordagem progressista em relação à segurança pública.
Além disso, Barroso expressou sua preocupação com o crime organizado e defendeu a soberania da Amazônia, afirmando que o Brasil corre o risco de perdê-la para o crime organizado, e não para outros países. Ele elencou uma série de crimes ambientais, como extração ilegal de madeira, mineração ilegal, grilagem de terras e queimadas ilegais, destacando também o tráfico de drogas como uma ameaça à região amazônica.
O ministro anunciou que pretende organizar um evento no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para debater o tema da segurança pública e do combate às drogas, defendendo que é necessário enfrentar essa questão com “criatividade”, “ousadia” e “sem preconceito”.
Segundo Barroso, a guerra contra as drogas está sendo perdida e é preciso reconhecer que as estratégias adotadas até o momento não estão funcionando. Ele ressaltou o domínio exercido pelo tráfico sobre as comunidades pobres do Brasil como um dos principais problemas enfrentados.
As declarações do presidente do STF geraram repercussão e polêmica, levantando a necessidade de um debate mais amplo e aberto sobre a política de drogas e a segurança pública no Brasil e na América Latina. A opinião de Barroso coloca em pauta a necessidade de repensar as abordagens progressistas nessas áreas e reavaliar as estratégias atuais.