No ano passado, o Conselho de Administração de Itaipu havia aprovado o valor de US$ 16,71 por quilowatt, em um suposto consenso entre conselheiros brasileiros e paraguaios. No entanto, esta decisão foi tomada pouco antes de Peña assumir a presidência do país, e desde então ele tem defendido publicamente um aumento no preço da energia vendida ao Brasil.
Esta foi, no mínimo, a quarta reunião entre Lula e Peña desde maio do ano passado, e em todas elas o tema do preço da energia de Itaipu esteve no centro das conversas. No entanto, até o momento, nenhum dos dois países anunciou um acordo sobre o assunto.
Além disso, após 50 anos, Brasil e Paraguai estão trabalhando para a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que trata das bases financeiras e da prestação dos serviços de eletricidade do empreendimento. A empresa binacional possui um orçamento anual de cerca de US$ 3,5 bilhões, sendo que quase 70% desse valor anteriormente se destinava ao pagamento da dívida do Paraguai referente à construção da hidrelétrica no Rio Paraná. Com a quitação da dívida em fevereiro deste ano, o Anexo C poderá ser revisado, conforme previsto no próprio tratado.
Além do tema específico de Itaipu, Lula e Peña também discutiram assuntos em comum da América Latina, como a crise de segurança pública no Equador e a condução do Mercosul, cuja presidência rotativa está com o Paraguai. Após o encontro, os mandatários compartilharam um almoço no Itamaraty. A relação entre Brasil e Paraguai, especialmente no que diz respeito a Itaipu, permanece em pauta e será acompanhada com atenção nos próximos meses.