De acordo com o estudo, a estimativa de mortes relacionadas ao uso da hidroxicloroquina, feita com diferentes metodologias, aponta que cerca de 7,5 mil mortes teriam ocorrido nos Estados Unidos. Os pesquisadores também estimaram que o uso do medicamento pode estar associado a um aumento de 11% na taxa de mortalidade de pacientes hospitalizados, indicando um possível efeito nocivo do medicamento nesse contexto.
Os autores do estudo reconhecem que existem limitações em suas conclusões, destacando que o número de mortes estimado pode estar tanto subestimado quanto superestimado, mas salientam que o estudo ilustra o perigo de mudar a recomendação de um medicamento com base em evidências fracas, especialmente em situações de emergência. Eles alertam para a importância de produzir evidências de alto nível em testes clínicos randomizados para doenças emergentes.
Além disso, o estudo reforça que o uso prolongado da hidroxicloroquina aumenta o risco de problemas cardiovasculares e cita um estudo de colegas brasileiros que relaciona o medicamento a efeitos colaterais no coração e no fígado.
No entanto, já nos primeiros meses da pandemia, a Organização Mundial da Saúde suspendeu os testes para tratamento da Covid-19 com a hidroxicloroquina, citando a necessidade de preservar a segurança dos pacientes e reconhecendo sua ineficácia. Essa decisão foi tomada após evidências científicas mostrarem a ineficácia e riscos do medicamento para o tratamento da doença.
Diante desses fatos, fica evidente o impacto potencialmente fatal do uso da hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com Covid-19, reforçando a importância de uma abordagem baseada em evidências sólidas no manejo de emergências de saúde pública.