Delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro é condenado a nove anos de prisão por montar operações policiais fraudulentas

O investigador da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Maurício Demétrio Afonso Alves, foi condenado a nove anos e sete meses de prisão em regime fechado por montar operações policiais fraudulentas e cobrar propina. Ele está detido desde o ano de 2021 e não poderá recorrer em liberdade. Além da pena de prisão, o delegado também teve a perda do cargo público decretada, o que resultará em sua demissão da Polícia Civil.

A sentença foi proferida na última quinta-feira (4) pelo juiz Bruno Monteiro Rulière, da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio. A condenação é resultado de investigações que culminaram na Operação Carta de Corso em 2021, realizada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A operação visava desarticular um esquema liderado por Maurício Demétrio que envolvia a cobrança de propinas de lojistas de um polo comercial têxtil em Petrópolis. Aqueles que se recusavam a pagar eram alvos de operações policiais fraudulentas baseadas em provas forjadas.

Além do delegado, o ex-secretário de Estado de Polícia Civil Allan Turnowski também foi preso em decorrência dos desdobramentos da Operação Carta de Corso em 2022. Turnowski é acusado de contribuir com as operações fraudulentas organizadas por Maurício Demétrio, chegando ao ponto de interferir em investigações sobre os esquemas criminosos.

O juiz que proferiu a sentença destacou que Maurício Demétrio utilizou sua posição na Polícia Civil para criar um plano complexo, que incluía a instauração de procedimentos fraudulentos contra autoridades, inclusive outros delegados que o investigassem. A decisão do magistrado ressalta também o padrão de vida incompatível com a remuneração do réu e a exposição pública de seus alvos por meio da divulgação de narrativas marcadas por falsas acusações de crimes.

A condenação de Maurício Demétrio reforça a importância do combate à corrupção e aos desvios de conduta no serviço público. O caso demonstra que atos ilícitos cometidos por agentes policiais não serão tolerados e que o sistema de justiça está atento para punir os responsáveis por tais práticas. A decisão judicial também alerta para a grave consequência da desconstrução pública da imagem de pessoas inocentes e a importância de restabelecer a integridade das vítimas após o cometimento de crimes.

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