Relatório da Seap revela que três foragidos após saidinha de Natal são considerados de altíssima periculosidade; nenhum recapturado até o momento.



Presos de alta periculosidade não retornam ao sistema prisional após saidinha de Natal

Um relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap) revelou que dos 253 presos que não retornaram ao sistema prisional após a saidinha de Natal, três são considerados de altíssima periculosidade. Outros 57 são de alta periculosidade e já são considerados foragidos.

Até o momento, nenhum dos foragidos foi recapturado, conforme o documento enviado ao deputado Márcio Gualberto (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) nesta sexta-feira (5).

O relatório também destacou que 82 foragidos não tiveram a classificação de risco informada, enquanto 94 são considerados de média periculosidade e 17, de baixa.

Segundo o relatório, dois foragidos são apontados como chefes do tráfico do Comando Vermelho: Paulo Sérgio Gomes da Silva, conhecido como Bin Laden, responsável pelo tráfico de drogas no Morro Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul; e Saulo Cristiano Oliveira Dias, conhecido como SL, do Complexo do Chapadão, na Zona Norte. Além deles, Willian da Silva também é considerado de altíssima periculosidade, mas sem informações divulgadas sobre sua atuação no crime organizado.

O documento ainda esclareceu que não houve determinação judicial para que os presos beneficiados fizessem uso de tornozeleira eletrônica. Além disso, a Subsecretaria de Inteligência do Sistema Penitenciário da Seap informou que dos 253 foragidos, quatro são mulheres.

No total, 1785 presos saíram de 13 unidades prisionais no último dia 24, beneficiados pela Visita Periódica ao Lar (VPL), e deveriam ter retornado até às 22h do dia 30.

Na última quarta-feira (3), a Comissão de Segurança Pública da Alerj solicitou as informações à Seap.

O deputado Márcio Gualberto afirmou que “presos de alta periculosidade, que cometeram crimes graves ou que, mesmo não sendo considerados perigosos, são reincidentes, não podem ser agraciados com ‘saidinhas’, ‘visitas íntimas’ e ‘progressão de regime'”. Ele destacou ainda a necessidade de revisão da Lei de Execução Penal e da Audiência de Custódia, com foco na segurança da população e no bem-estar social.

A CNN entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), que ainda não comentou o assunto.


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