Após extensa pesquisa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com Covid-19, relatando que não havia evidências de seu impacto positivo. Além disso, especialistas também alertaram para os potenciais efeitos colaterais associados ao uso do medicamento. Em vários países, a droga foi retirada dos protocolos de tratamento da Covid-19.
No entanto, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a ordem foi aumentar o abastecimento da cloroquina. Bolsonaro não apenas promoveu o medicamento publicamente, mas também anunciou que estava tomando a hidroxicloroquina.
“Aplica logo, pô”, disse Bolsonaro. “Sabe quando esse remédio começou a ser produzido no Brasil? Ele começou a ser usado no Brasil quando eu nasci, em 1955. Medicado corretamente, não tem efeito colateral”, afirmou o presidente.
No final do primeiro ano da pandemia, Bolsonaro tinha defendido o uso da cloroquina em 23 discursos. Em 13 de agosto de 2020, ele garantiu: “eu sou a prova viva que deu certo”. Em 29 de agosto de 2020, em Caldas Novas (GO), ele insistiu: “A hidroxicloroquina tem salvo milhares e milhares de vidas pelo Brasil”. Em outubro daquele ano, Bolsonaro ainda afirmou que “Deus foi tão abençoado que nos deu até a hidroxicloroquina”.
Nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump chegou a sugerir que a hidroxicloroquina fosse tomada, dizendo: “O que você tem a perder? Tome-o”.