Conflito no Oriente Médio ofusca guerra da Ucrânia e favorece interesses da Rússia, aponta analista.



Zelensky perde holofote para Oriente Médio

A conjuntura internacional favoreceu os interesses da Rússia em detrimento da guerra da Ucrânia. O conflito no Oriente Médio, com o ataque do Hamas à Israel e o consequente massacre israelense em Gaza, deixou a Ucrânia em segundo plano no cenário internacional. Isso teve efeitos na atenção midiática e no financiamento do país.

O presidente dos EUA, Joe Biden, aprovou um pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de US$ 200 milhões (quase R$ 1 bi) em meados de dezembro. No entanto, o montante ficou aquém das expectativas de Zelensky, que esperava a aprovação de US$ 60 bilhões (quase R$ 300 bi).

De acordo com o analista do Conselho Russo de Relações Internacionais, Nikita Smagin, a guerra no Oriente Médio fez com que a Ucrânia desaparecesse das principais manchetes da imprensa internacional, que passaram a focar em Israel e Palestina.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que o apoio ocidental a Kiev não pode mudar o curso da “operação militar especial” na Ucrânia. Diante do apoio irrestrito dos EUA a Israel e da onda de protestos denunciando o massacre em Gaza, a Rússia se posicionou estrategicamente mais favorável à Palestina, antagonizando o Ocidente.

Nikita Smagin argumenta que a situação em torno da Palestina não necessariamente reforça o papel da Rússia no mundo, mas aponta que a situação convence o governo russo de que seu vetor de política externa está correto. Ele também acredita que a crise na Ucrânia não será o único incômodo para o Ocidente, e que a situação internacional centrada no Ocidente está em crise.

No contexto da situação na Palestina, o agravamento da crise é favorável para a Rússia, apesar de a Rússia não ter se posicionado a favor desse agravamento.


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