Presidente Milei ameaça plebiscito popular em resposta à rejeição do Congresso ao decreto



Terceira manifestação em 16 dias de mandato

O presidente Javier Milei interpreta que a terceira manifestação em 16 dias de mandato significa que “não aceitam que perderam e que a população escolheu um governo com outras ideias”.

Plebiscito como pressão

O presidente acusou os legisladores de defenderem o debate parlamentar apenas para negociarem o voto em troca de subornos e avisou que, se o decreto for anulado, o governo vai promover um plebiscito popular.

“Há legisladores que procuram subornos. Vendem os seus votos. Os que gostam tanto de um debate é porque procuram propina. Com o mecanismo de um decreto, alguns não podem ‘morder’ e isso é o que mais lhes incomoda”, acusou Milei durante uma entrevista a um canal de televisão local.

“Se rejeitarem o decreto, convocaria um plebiscito e que me expliquem por que o Congresso fica contra as pessoas”, advertiu o presidente.

Um plebiscito teria um efeito de pressão popular contra o Parlamento, mas a lei de Consulta Popular não estabelece um vínculo entre o resultado de um plebiscito e a aplicação legal desse resultado. Milei garante que o decreto é constitucional, que não afeta os trabalhadores, que não favorece as empresas, mas a concorrência e o mercado.

“O decreto é apenas um terço das reformas. O pacote de leis que será enviado ao Congresso representa os outros dois terços”, apontou o presidente.

O governo está prestes a enviar um pacote de leis que aprofundam a reforma do Estado e alteram as regras eleitorais. Para isso, convocou o Congresso a sessões extraordinárias até 31 de janeiro.

Manifestações ‘sob controle’

A manifestação também será a terceira sob a vigilância do protocolo antibloqueios, um conjunto de dez novas regras que permitem as manifestações em calçadas e praças, mas não o bloqueio de avenidas e estradas.

“Há 16 dias, assumimos. Esta é a terceira manifestação. São necessárias mudanças profundas que modifiquem a pobreza e outros problemas estruturais. Pedimos aos trabalhadores que entendam que este governo está desmontando um modelo corporativo que só beneficia alguns poucos. Há mais trabalhadores informais do que formais. Pedimos colaboração”, disse a ministra da Segurança Pública, Patricia Bullrich.


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