O Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC), apresenta as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. Neste último boletim, a expectativa de redução da inflação abrange também o ano de 2024, que terminará com uma inflação de 3,91%. Há uma semana a expectativa estava em 3,93%.
As estimativas para 2023 estão acima do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%.
A taxa básica de juros (Selic), definida em 11,75% ao ano para 2023 pelo Comitê de Política Monetária (Copom), é o principal instrumento usado pelo Banco Central para alcançar a meta de inflação. De acordo com o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 9% ao ano, em comparação com a previsão anterior de 9,25%. Além disso, a previsão para o fim de 2025 e 2026 é de Selic em 8,50%. A primeira reunião do Copom no ano que vem ocorrerá em 30 e 31 de janeiro.
No cenário econômico, de março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, energia e combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, o que causa reflexos nos preços, pois os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. A diminuição da Selic, por outro lado, tende a tornar o crédito mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
A previsão do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) se manteve estável pela segunda semana seguida, em 2,92% para 2023. Já para 2024, o Boletim Focus projeta crescimento de 1,52%. A expectativa de queda também se estende para a cotação do dólar, com a moeda norte-americana fechando 2023 em R$ 4,90, de acordo com o mercado financeiro.
Globalmente, espera-se que a economia se recupere nos próximos anos e, com isso, os ajustes nas previsões do mercado financeiro refletem essa expectativa. A análise atenta desses indicadores é crucial para que empresas e investidores possam se preparar para as mudanças no cenário econômico e financeiro.