Pesquisa avalia variação de emissão de óxido nitroso na Amazônia e no Pantanal e seu impacto no efeito estufa

Pesquisa do Instituto de Química da Universidade Federal Fluminense (UFF) avalia a variação de emissão de óxido nitroso (N2O) na Amazônia e no Pantanal, por meio de experimentos realizados em campo e em laboratório. O óxido nitroso é capaz de agravar a destruição da camada de ozônio, e sua principal forma de emissão nos dois biomas brasileiros é pelo solo de áreas alagadas.

De acordo com o último relatório da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC), a temperatura do planeta pode aumentar até 2,6ºC até o fim do século. Na Amazônia, a diminuição do nível de chuva nos períodos de estiagem, somada ao avanço do desmatamento, pode levar à ampliação da seca em algumas áreas, enquanto o aumento das chuvas em outras regiões da floresta pode provocar o alagamento de locais nunca antes alagados.

Com o efeito estufa intensificando esses eventos, Gabriela Cugler, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Geociências (Geoquímica) da UFF, destaca que tanto a agricultura quanto as indústrias são grandes fontes de produção do gás, mas que ainda há uma lacuna de informações ao tentar entender qual o impacto das emissões de N2O pelas florestas naturais.

O estudo realizado pela UFF analisa a produção de N2O em diferentes cenários do bioma amazônico, considerando a presença ou não de água e de árvores, em quatro trabalhos: dois de campo, na Amazônia e no Pantanal, para avaliar o que acontece com o ambiente com o aumento ou diminuição do nível de água, e dois experimentos em laboratório apenas na Amazônia, buscando entender o impacto desses eventos extremos de seca ou alagamento.

Alex Enrich Prast, orientador da pesquisa, ressalta que as plantas amazônicas, além de metano, também emitem o N2O, e que historicamente as áreas amazônicas já emitiam esse gás do efeito estufa. No entanto, com as atividades antrópicas, como a agricultura e o uso de fertilizantes, as emissões de N2O aumentaram. Gabriela também acrescenta que o óxido nitroso é 310 vezes mais potente na retenção de calor do que o CO2 e permanece por mais tempo na atmosfera, intensificando os efeitos da mudança do clima.

Portanto, a pesquisa da UFF traz importantes dados sobre a emissão de óxido nitroso na Amazônia e no Pantanal, evidenciando a necessidade de monitoramento e controle dessas emissões para mitigar os impactos negativos no meio ambiente e na atmosfera terrestre. O estudo também destaca a importância de se compreender os impactos das atividades humanas e das mudanças climáticas na produção desses gases do efeito estufa, visando a sustentabilidade e o equilíbrio ambiental.

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