O presidente Jair Bolsonaro, do PL, sinalizou publicamente sua intenção de indicar um ministro evangélico para o Supremo Tribunal Federal, levantando discussões sobre a possibilidade de misturar religião com a justiça. Mais de dois anos depois, em julho de 2021, o presidente indicou o então advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça, André Mendonça, que também é pastor presbiteriano, para ocupar a vaga de Marco Aurélio Mello no STF.
A primeira menção pública ao desejo de nomear alguém do segmento evangélico para o STF foi feita em maio de 2019, na Convenção Nacional das Assembleias de Deus. O presidente era apoiado por um bloco religioso que cobrava a nomeação de um representante evangélico na corte.
Apesar da indicação, a sabatina de Mendonça no Senado foi adiada diversas vezes, gerando tensão e expectativa entre as lideranças evangélicas. O processo de aprovação do ministro no Senado foi acompanhado de perto por diversas figuras importantes do segmento, como Manoel e Samuel Ferreira, líderes da ala assembleiana com influência no Congresso.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, adiou a sabatina por meses, o que causou apreensão entre os grupos evangélicos que apoiaram a indicação de Mendonça. No entanto, o ministro foi aprovado com 47 votos a favor, o que mostrou a força e influência desses líderes religiosos no processo político.
Mendonça não é o primeiro ministro do Supremo a receber apoio e influência do clã assembleiano, evidenciando a importância dessas conexões para a política brasileira. A presença de líderes evangélicos influentes na decisão política mostra como o apoio dessas lideranças é relevante para as nomeações de cargos importantes no país.
A indicação e posterior aprovação de André Mendonça para o STF evidenciam a influência e o poder político das lideranças evangélicas no Brasil, levantando novas discussões sobre a importância do apoio desses grupos religiosos no cenário político nacional.