Governador Cláudio Castro Alvo de Operação da Polícia Federal
Na última quarta-feira (20), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), foi alvo de uma ação da Polícia Federal em uma investigação sobre desvios da assistência social do estado. A investigação resultou na autorização do Superior Tribunal de Justiça para a quebra de sigilos bancários, fiscais e telemáticos do chefe do Executivo fluminense, assim como resultou em buscas e apreensões do presidente do conselho administrativo da AgeRio, Vinícius Sarciá Rocha, e outros dois suspeitos.
A ação da PF gerou um impacto direto na rotina do governador, que teve que cancelar uma viagem marcada à China, agendada para o dia 3 de janeiro, seguindo férias planejadas nos Estados Unidos. Fontes próximas ao governador informaram que a operação contra Sarciá Rocha, filho da madrasta de Castro, foi sentida como um golpe duro devido à proximidade entre os dois.
A investigação da PF apura um esquema de desvio de dinheiro destinado a programas da assistência social do estado, entre os anos de 2017 e 2020, período em que Castro era vereador e vice-governador. O governador é suspeito de ter recebido propina de empresários ligados aos projetos sociais, conforme apontam as delações do empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva e de Bruno Selem, funcionário da Servlog, empresa envolvida no esquema. Tanto Sarciá quanto Castro negam as acusações.
O governador afirmou, por meio de nota, que o desdobramento do caso por meio de medidas cautelares, quatro anos depois das acusações virem à tona, mostra que “não há nada contra ele”. No entanto, fontes próximas a Castro afirmam que ele está preocupado com o conteúdo das anotações apreendidas na casa de seu irmão, Sarciá.
A ação da PF destacou a tensão política em que se encontra o governador, que vive em conflito com o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar. Além disso, deputados alegam que Castro não tem cumprido promessas sobre indicações a cargos públicos e repasse de emendas, o que tem gerado insatisfação.
As acusações contra Cláudio Castro incluem a suspeita de uso de parte do salário de um funcionário fantasma na Câmara Municipal para pagamento de parcelas de um carro, em um esquema de “rachadinha”. O Governo do Rio, por sua vez, defendeu-se das acusações, classificando-as como “infundadas, velhas e requentadas”.