De acordo com o governo, o reajuste é menor do que a inflação acumulada desde janeiro de 2020, totalizando 28,4% no período, o que significa uma revisão de 13,6%. Este ritmo de reajustes das tarifas do transporte público tem sido afetado desde os protestos de 2013, quando o reajuste provocou uma onda de manifestações em São Paulo e outras capitais. Antes desses protestos, a tarifa do transporte coletivo na cidade passou de R$ 0,50 para R$ 3 entre 1994 e 2013, em um aumento muito acima do índice de inflação. Atualmente, as passagens de ônibus, metrô e trem custam R$ 4,40, porém, se os reajustes tivessem acompanhado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), custariam R$ 5,31.
A iniciativa da capital paulista de adotar a gratuidade dos ônibus aos domingos também demonstra a mudança de direção nas políticas de transporte público. A cidade de São Caetano do Sul, com 165 mil habitantes, adotou há um mês as catracas livres, aumentando o número diário de passageiros de 25 mil para 52 mil. A prefeitura de São Paulo justifica a gratuidade aos domingos como uma compensação pela ociosidade do sistema, que chega a 60% do contratado.
Essas mudanças nas políticas de tarifas de transporte público são reflexo de uma década de movimentações sociais, pressionando por um transporte mais acessível e inclusivo. O movimento social “passe livre”, que deu nome aos protestos de 2013, também ganhou força ao longo do tempo, resultando em diversas cidades eliminando as tarifas do transporte público. Com isso, é esperado que mais mudanças e adaptações ocorram nas políticas de transporte público nos próximos anos.
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