Para o economista, a mudança na composição desse crescimento é evidente ao analisar os segmentos do varejo. Enquanto alguns setores como materiais de construção, vestuário e calçados tiveram um desempenho ruim em 2023, outros como supermercados, farmácias e combustíveis apresentaram um crescimento significativo. A expectativa é que a flexibilização da política monetária, com a redução da taxa básica de juros (Selic), contribua para uma recuperação dos setores que dependem mais de crédito.
Em relação à empregabilidade, Bentes destacou que o setor de serviços, incluindo turismo, apresentou uma expansão em 2023, mas a projeção para 2024 é de um crescimento menor, tanto em serviços quanto em turismo. No entanto, ele ressaltou que o setor de turismo conseguiu repor as vagas de emprego que foram eliminadas durante a pandemia da covid-19.
O economista também abordou o aumento do salário médio de admissão em alguns setores, indicando que, no comércio, o salário médio subiu entre 6% e 10%, o que representa um ganho real em relação à inflação. No entanto, em alguns segmentos de serviços, como saúde humana e serviços sociais, administração pública e educação, o salário médio de admissão não acompanhou o aumento da inflação.
Em resumo, Bentes apontou que o varejo nacional apresenta um cenário de crescimento mais equilibrado em 2024, com a expectativa de recuperação de setores que tiveram um desempenho ruim em 2023. A flexibilização da política monetária e a reposição de empregos em alguns setores são fatores que contribuem para essa perspectiva de melhoria.