Apesar de recente, a presença dos garimpeiros tem trazido prejuízos aos zoró pangyjej, que vivem em 32 aldeias na região. A população, estimada em cerca de 700 pessoas, tem enfrentado desafios em decorrência da invasão de garimpeiros e madeireiros. A situação se agrava com o aliciamento de alguns integrantes do povo zoró pelos invasores, que acabam “se vendendo” em troca de dinheiro, mesmo que em pequenas quantias.
O líder Alexandre Xiwekalikit comentou que as lideranças tentaram convencer os zoró aliciados pelos invasores de que as propostas financeiras não valiam a pena, mas parte deles acabou cedendo aos atrativos dos invasores. A situação gera preocupação, principalmente em relação ao retorno desses zoró à comunidade e o impacto que a associação com invasores tem gerado em termos de vínculos familiares e valores culturais.
A história dos zoró tem sido marcada por sucessivas invasões, desde a inauguração da Rodovia Cuiabá-Porto Velho, em 1961, que facilitou a chegada de agropecuárias e posseiros em seu território. Atualmente, as lideranças tentam buscar soluções para atrair novamente os zoró que se envolveram com os invasores, mas têm enfrentado dificuldades.
A Associação do Povo Indígena Zoró (Apiz) tem feito denúncias em relação à invasão de garimpeiros e madeireiros, buscando o apoio de órgãos como a Funai, o Ibama, o Ministério dos Povos Indígenas e o governo do Mato Grosso. No entanto, até o momento, não houve retorno dessas entidades em relação à situação da TI Zoró.
Diante desse cenário, as lideranças indígenas aguardam medidas por parte do poder público para evitar a intensificação das invasões e buscar soluções para proteger o território e a comunidade zoró. Enquanto isso, a presença dos garimpeiros e madeireiros vem impactando negativamente a vida dos zoró, ameaçando sua cultura e modo de vida tradicional.