Protestos de familiares de soldados russos mobilizam a opinião pública
Por Jane Doe – 20 de janeiro de 2022
Um grupo de mulheres russas, familiares de soldados enviados para a Ucrânia, organizou uma série de manifestações e protestos em busca do retorno de seus entes queridos. As iniciativas incluíram cartas para deputados, reuniões com autoridades e até mesmo participação em comícios públicos.
A luta das mulheres russas
Em entrevista exclusiva, uma das líderes do movimento, Olga, relatou que o grupo tentou diversas formas de interagir com as autoridades, inclusive organizando um encontro com representantes do governo e deputados. Durante essa reunião, foi informado a elas que o retorno dos soldados estaria condicionado à ajuda no recrutamento de novas tropas. “Essa era a lógica deles”, afirmou Olga.
Oficialmente, as mulheres não questionam a decisão do presidente Vladimir Putin de enviar soldados para a Ucrânia. No entanto, Olga revelou que sempre foi contra essa medida. Ela ainda destacou que quando as pessoas são afetadas pessoalmente, seus olhos se abrem para a realidade dos acontecimentos.
O grupo enfrentou obstáculos para se reunir e manifestar suas preocupações, com autoridades cancelando eventos e reuniões. Em um dos casos, uma reunião em Novosibirsk foi fechada para a imprensa e as mensagens supervisionadas de perto.
Os protestos se intensificaram, com algumas mulheres participando de um comício do Partido Comunista em Moscou, pedindo o retorno dos soldados. O líder do partido, Gennady Zyuganov, prometeu ajuda, mas alertou para os riscos caso os “nazistas” vençam.
A situação revela a angústia vivida por familiares de soldados russos e coloca em destaque a mobilização da sociedade civil diante das ações do governo.