Ministro da Educação cogita proibir cursos de licenciatura 100% na modalidade EaD e planeja reestruturação na formação de professores.

O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou em uma coletiva à imprensa nesta terça-feira (5) que o governo federal planeja proibir que cursos de licenciatura tenham 100% da carga horária na modalidade de ensino à distância (EaD) e promover outras mudanças na formação de professores online. Santana afirmou que a ideia do ministério é não permitir mais cursos sempre EAD, e que estão em discussão os percentuais de carga horária que serão permitidos para essa modalidade.

O ministro expressou sua preocupação com a formação dos professores brasileiros após a apresentação dos resultados obtidos pelo Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) 2022. O levantamento mostrou que menos de 50% dos alunos sabem o básico em matemática e ciências.

O Brasil caiu 5% em matemática em relação ao Pisa de 2018, e ficou no intervalo entre a 62ª e 68ª posição no ranking da OCDE. Em relação à matemática, 73% dos estudantes brasileiros avaliados nesta faixa etária apresentaram desempenho no nível abaixo do básico. O ministro reforçou que melhorar a educação em matemática é um grande desafio, e que é necessário focar no Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, com a política do Ministério da Educação estando voltada ao compromisso de ter as crianças alfabetizadas na idade certa.

O ministro também destacou o papel da gestão da educação pelos estados e municípios brasileiros, afirmando que não acredita em nenhuma ação de melhoria da qualidade da educação básica se não houver a participação, o compromisso e a contribuição na construção dessa política desses entes da federação.

Camilo Santana também confirmou que o ministério tem discutido com o Conselho Nacional de Educação (CNE) alterações na formação continuada dos docentes e outras mudanças nas diretrizes curriculares nacionais dos cursos de licenciatura. Ele adiantou que o Enade passará a ser avaliado anualmente, ao invés de trianualmente, em relação à licenciatura, e contará com uma avaliação dos estágios supervisionados dos estudantes matriculados em cursos de licenciatura.

Além disso, o ministro planeja que a próxima edição do Pisa, em 2025, avalie o desempenho educacional em cada estado do Brasil e não somente nas cinco regiões do país, como ocorreu na edição de 2022, para possibilitar a adoção de estratégias mais pontuais para melhoria da área, em cada unidade da federação e, assim, reduzir desigualdades regionais.

Sair da versão mobile