O presidente Lula, que recentemente esteve em visita ao Oriente Médio, conversou com jornalistas antes de deixar Dubai, nos Emirados Árabes, a caminho de Berlim, na Alemanha, enfatizando que a América do Sul não precisa de mais confusão no momento. Ele ressaltou a importância de trabalhar para melhorar a vida do povo e evitar conflitos e brigas. Lula enfatizou que a humanidade deveria temer a guerra, já que esta surge da falta de bom senso e diálogo. Segundo ele, conversar é mais válido do que iniciar conflitos armados.
O referendo venezuelano fará cinco perguntas aos eleitores sobre a disputa territorial pela região de Essequibo, que representa 75% do território guianês. Lula observou que o referendo provavelmente dará o resultado esperado pelo presidente Nicolás Maduro, já que é um chamamento ao povo para reforçar suas reivindicações territoriais. Ele ressaltou que houve um acordo em 1966 sobre a área em questão.
Apesar de defender uma solução pacífica para a controvérsia, o Brasil está preocupado com a tensão entre a Venezuela e a Guiana, tendo inclusive aumentado a presença militar nas fronteiras com ambos países. A Guiana controla efetivamente o território em questão desde 1905, enquanto a Venezuela defende um novo limite baseado no Rio Essequibo.
A questão fronteiriça está sendo analisada desde 2018 pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, por orientação do secretariado-geral da ONU, mas a Venezuela não aceita a jurisdição do tribunal sobre o tema. Os venezuelanos acreditam que o Acordo de Genebra, assinado em 1966, é o único instrumento válido para resolver a controvérsia.
A disputa territorial entre Venezuela e Guiana envolve a região do campo de Stabroek, com estimativas de 11 bilhões de barris de petróleo, região explorada em parceria com empresas como ExxonMobil e CNOOC. A Venezuela reivindica a área desde o século XIX, colocando-a como uma das principais controvérsias políticas e territoriais na América do Sul.
A tensão entre os dois países é motivo de apreensão para o Brasil, que está atento à situação e reforçou sua presença militar na fronteira com a Venezuela. Lula, em sua viagem internacional, destaca a importância de um desfecho diplomático e pacífico para a disputa entre Venezuela e Guiana.
Colaboração de Vitor Abdala.