O embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, informou que desde 2011 o Mercosul não havia alcançado acordos com outros países, o que demonstrava dificuldades nas negociações externas do bloco. No entanto, desta vez, é provável que o acordo com Singapura seja assinado durante a Cúpula, após uma revisão que está praticamente concluída.
Desde a criação do Mercosul em 1991, o bloco fechou apenas três acordos com países de fora da região: Israel em 2007, Egito em 2010 e Palestina em 2011. Além disso, foram estabelecidos acordos de preferência, que não constituem acordos plenos de livre comércio, com a Índia e com países do sul da África.
O embaixador Maurício Lyrio ressaltou a importância do acordo com Singapura para o Brasil, destacando a intensa relação comercial entre os dois países. Em 2022, as exportações do Brasil para Singapura totalizaram US$ 8 bilhões, resultando em um superávit significativo. Ele afirmou que esse acordo demonstra a força do Mercosul, evidenciando a vitalidade do bloco após períodos de dificuldades.
Singapura, um país com 5,6 milhões de habitantes e 728 km² de área, apresentou um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 397 bilhões em 2021, um valor superior ao PIB do Uruguai e do Paraguai, e ligeiramente inferior ao da Argentina e do Brasil no mesmo ano.
O país é reconhecido como um importante centro financeiro mundial, possui o segundo maior porto de contêineres do planeta e está entre os cinco maiores centros de refinamento de petróleo globalmente. Em 2022, a balança comercial entre Brasil e Singapura atingiu US$ 9,35 bilhões, com destaque para as exportações brasileiras de produtos como petróleo refinado, petróleo bruto, ferro-nióbio, carne bovina, carne de frango e carne suína.
Por sua vez, Singapura exporta para o Brasil componentes eletrônicos, circuitos integrados e inseticidas. O país asiático é responsável por grande parte do consumo local de carne bovina, carne de frango e carne suína no Brasil.
O acordo com Singapura representa uma oportunidade para o Brasil expandir seus laços comerciais e fortalecer sua posição no mercado internacional. A negociação foi considerada satisfatória para o Brasil e o Mercosul, mantendo a preferência de empresas brasileiras para compras governamentais, conforme exigido pelo governo brasileiro para fechar acordos comerciais. Com isso, a assinatura deste acordo representa um marco para o Mercosul e contribui para a diversificação e ampliação de suas relações comerciais.
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