Relatório do Instituto Talanoa aponta que o Brasil está despreparado para enfrentar as mudanças climáticas e cumprir compromissos do Acordo de Paris.

Brasil enfrenta desafios para lidar com mudanças climáticas

Um relatório divulgado pelo Instituto Talanoa revelou que o Brasil está enfrentando desafios significativos para lidar com as mudanças climáticas. O documento, intitulado Política Climática por Inteiro, aponta que apesar de alguns avanços, o país ainda tem muito a fazer para cumprir os compromissos climáticos estabelecidos no Acordo de Paris.

O instituto, uma organização civil independente, com sede no Rio de Janeiro, escritório em Curitiba e colaboradores em São Paulo e Brasília, entregou o relatório aos ministros da Fazenda, Minas e Energia e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, além de compartilhá-lo com o ministro da Agricultura e Pecuária e com parlamentares da Câmara e do Senado Federal.

De acordo com o relatório, um dos principais desafios que o Brasil enfrenta está relacionado à transição energética e à agricultura. A presidente do Instituto Talanoa, Natalie Unterstell, enfatizou a importância de reduzir o desmatamento na Amazônia, mas ressaltou que o país precisa de uma indústria de baixo carbono e resolver questões relacionadas à transição energética e à agricultura.

O relatório identificou 17 avanços firmes, oito avanços iniciais, 15 áreas sem progresso e uma área com retrocesso em relação às políticas públicas e mudança do clima no Brasil em 2023. Entre os avanços destacados no relatório estão o crescimento das ações de fiscalização ambiental e o aumento do orçamento autorizado para fiscalização ambiental.

No entanto, o documento também apontou a necessidade de aprimorar a governança inclusiva e participativa, a adaptação da política de saúde pública aos impactos climáticos e a consideração de riscos climáticos nos investimentos do PAC, entre outros aspectos.

Além disso, o relatório indicou que o Brasil precisa ampliar suas ações em diferentes setores, como agricultura, energia e desmatamento no Cerrado. Os negociadores que participarão da Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas em Dubai terão a responsabilidade de avaliar a implementação das metas estabelecidas pelos países signatários do Acordo de Paris.

Natalie Unterstell ressaltou a importância da criação de uma cadeia produtiva que inclua desde sementes e mudas a logística e mão-de-obra, enfatizando que essas ações poderão gerar empregos e oportunidades de geração de renda, principalmente no campo.

A presidente do Instituto reforçou a importância de se estabelecer uma abordagem efetiva para acelerar o cumprimento das metas climáticas e salientou que será fundamental enfrentar fatores de emissão relacionados ao petróleo, gás e carvão.

Diante dos desafios apontados pelo relatório, especialistas destacaram a necessidade de construir políticas climáticas abrangentes e de implementar ações transversais com envolvimento de diversos órgãos do governo. A COP 28, que acontecerá em Dubai, será uma oportunidade chave para os chefes de estado e diplomatas discutirem formas de corrigir o rumo das ações climáticas em todo o mundo.

Sair da versão mobile