Na tarde deste sábado, dia 25, a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) foi palco de um encontro que encantou o público presente. Três poetas, André Vallias, Ricardo Aleixo e Simone Homem de Mello, protagonizaram uma conversa profunda e apaixonada sobre a obra de Augusto de Campos, destaque desta edição do evento literário.
Mediada por Marina Wisnik, a discussão proporcionou uma jornada acessível e enriquecedora sobre a obra do poeta concreto. O público na tenda dos autores expressou sua aprovação com entusiasmadas palmas, demonstrando a relevância do diálogo para os presentes.
Nesse encontro, os poetas abordaram não apenas a poesia de Campos, mas também a influência dela em seus próprios trabalhos. Exibiram obras no telão, destacando a importância dos aspectos verbais, visuais e sonoros na poesia concreta.
Os depoimentos dos autores foram repletos de emoção. Aleixo, por exemplo, compartilhou a ironia de ter perdido a visão de um olho ao levar uma bolada na cara na juventude, na mesma época em que descobriu a poesia visual. Defendeu veementemente a poesia como uma forma de viver e um modo singular de respiração, ressaltando a influência revolucionária e utópica de Augusto de Campos.
Simone Homem de Mello enfatizou a resistência e a influência dos concretos na literatura brasileira, destacando a ética e a independência de modismos artísticos e teóricos presente na obra de Campos. Já Vallias rebatou a ideia de que a poesia concreta seria politicamente alienada, evidenciando o viés político de algumas obras de Campos e sua contribuição para resgatar nomes importantes da literatura, como Pagu.
Esse encontro na Flip foi, de fato, um aprofundamento na obra de Augusto de Campos, mas também uma celebração da poesia concreta e de sua importância na literatura brasileira. O público presente teve a oportunidade de se envolver em uma conversa que, para além da aula, foi um verdadeiro manifesto de paixão pela poesia e pela obra desse renomado poeta.
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