“A gente está pensando em iniciar um processo para sentir como é que vai ser o comportamento, se a tarifa zero realmente vai trazer um ganho para a economia, um movimento econômico maior. A ideia é que a gente faça o início dando transporte gratuito para domingo ou para o período noturno. É uma das duas situações que a gente vai colocar”, explicou o prefeito.
Nunes afirmou que a liberação das catracas aos domingos é a opção mais cogitada pela prefeitura e teria um impacto entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões no orçamento da cidade. Ele acredita que a medida poderia aquecer a economia e fazer girar a economia da cidade.
O sistema de transporte coletivo da cidade teve um custo aproximado, em 2022, de R$ 10 bilhões, sendo R$ 5 bilhões pagos pelos usuários e R$ 5 bilhões subsidiados pela administração municipal. Nunes ressaltou que o sistema tem perdido passageiros nos últimos anos, caindo de 9 milhões para 7 milhões de usuários.
No final do ano passado, a prefeitura de São Paulo solicitou um estudo de viabilidade para a adoção do passe livre na cidade. O projeto “Tarifa Zero” está sendo desenvolvido pela São Paulo Transporte (SPTrans) e ainda não foi concluído. Em junho de 2023, vereadores da cidade propuseram um projeto de lei para concessão de passe livre parcial, especialmente para pessoas de baixa renda.
Segundo levantamento do pesquisador em mobilidade livre, Daniel Santini, 87 municípios no Brasil já adotam a tarifa zero plena no transporte coletivo, sendo a maioria deles em São Paulo, Minas Gerais e no Paraná.
A proposta do passe livre na cidade de São Paulo é um reflexo de uma tendência observada em diversas outras regiões do país. A busca por formas de tornar o transporte público mais acessível à população tem sido uma pauta recorrente nas discussões sobre mobilidade urbana e, com o anúncio do prefeito Ricardo Nunes, a capital paulista pode estar prestes a se tornar mais um exemplo dessa tendência.